Ode XI, Liber I, Quintus Horatius Flaccus.
Tu ne quaesieris (scire nefas) quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe nec Babylonios
temptaris numeros. Ut melius quicquid erit pati!
Seu pluris hiemes, seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum, sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem, quam minimum credula postero.
Essa ode (tradução abaixo), a mais famosa de Horácio, usa metáforas bucólicas para nos impelir a abraçar os prazeres disponíveis em todos os dias da vida, ao invés de confiarmos em remotas aspirações para o futuro.
Nela, desenvolvendo sua linha de pensamento e ação epicurista, como bom seguidor da doutrina de Epicuro (século IV a.C.) que supostamente era, Horácio aconselha uma jovem, sem dúvida sua amante, a pensar menos no que lhe poderia vir a acontecer, a deixar de consultar astrólogos e outros charlatães para obter conselhos, e a usufruir o presente, da melhor maneira possível, aproveitando a vida intensamente.
Daí sua máxima imortal: Carpe Diem! Ou seja, aproveite o dia de hoje.
Tradução
Não busques - é proibido sabê-lo - que fim os deuses reservaram para mim, para ti, Leucônoe,
nem interrogues os cálculos babilônicos. Como será melhor suportar o que quer que seja!
Quer Júpiter te conceda vários invernos quer este último, que agora castiga
o mar Tirreno contra os rochedos que o cercam, sê sábia, filtra os vinhos, e,
por causa do breve espaço de tempo, não concebas longas esperanças.
Enquanto falamos, o tempo invejoso terá fugido: aproveita o dia, acredite pouco no amanhã.